Há pouco estava imaginando quais os rumos minha vida poderia ter tomado. Poderia muito bem não ser a Renata de hoje. Talvez fosse bom... porque, por vezes, odeio meu jeito, meu trabalho, meu bom-mocismo, minhas manias de velha, as roupas do meu armário, algumas pessoas de meu contato, minha coluna que dói... e por aí vai. Poderia muito bem ser uma Renata publicitária, com um piercing no nariz, fazendo cursos na Alemanha e curtindo a vida adoidado. Ou uma Renata, engenheira, que sai pra comer sushi com os colegas de trabalho às sextas-feiras. E a Renata professora de Literatura? A bailarina? A médica que, quando jovem, tinha medo de sangue? A hippie? A desbocada? A popular? A exibida? A que toca violão? A que faz bolos gostosos? A que gosta de acampar? A jogadora de tênis de mesa? E, se me perguntarem, não sei responder como me tornei a Renata de hoje.
janeiro 21, 2005