Sou uma mulher independente. Gosto e me orgulho muito disso. Mas por vezes penso que deveria ter nascido há cinqüenta anos atrás, casado com um moço bacana, tido uns três filhos, lavado, passado, feito comida todos os dias e esperado o marido no portão. E ainda ter sido muito feliz por isso.
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Normalmente penso assim quando ando estressada com o trabalho. Depois até passa.

Fazia tempo que as histórias com o chefe-bostão-que-se-acha-o-próprio-Deus não rendiam um post. E não é que ele hoje me chamou no gabinete e pediu para que eu revisasse o livro dele?

Ele: - Ah, Renata. Eu sei que você está super ocupada, mas dê prioridade à atualização de meu livro, ok?
Eu: mudinha da silva, tentando absorver o pedido.
Ele, percebendo minha cara de Ahn?: É que quero publicar uma nova tiragem e ele está muito defasado. Não posso dar furo.
Eu, ainda com cara de Ahn?: ah... aham...


Como assim??? Ok, ok... Mas agora quero crédito na capa do livro e direitos autorais. Francamente.

Minha mãe, sábado, às 18 horas, me dando bronca: - É claro que vocês têm que ir. Renata, é a sua família! Você deveria se aproximar deles.
Eu: - não quero, mãe. É minha família, mas não temos um mínimo de contato e não é porque hoje é aniversário de um priminho que vi duas vezes na vida que tenho que ir lá e fazer teatrinho de ‘ó, que família feliz’!

Pequeno aparte para esclarecer melhor os fatos:

Minha mãe inventou, no sábado, que eu deveria ir à festinha de sete anos de um primo distante meu. De segundo ou terceiro grau, sei lá. Eu mal o conheço, mal conheço a mãe dele. A avó eu até conheço, mas é uma chata de marca maior.

E eu não fui. Minha mãe resolveu ir com meu pai.

No domingo:

Eu: - e aí, mãe, como foi a festinha?
Minha mãe: - ô minha filha, eu não posso fazer isso com você, não, viu?
Eu: - ahn???
Mãe: - porque foi mesmo horroroso ficar lá no meio daquela gente chata!


Hehe.

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Hoje finalmente voltei às aulas de spinning. E o retorno se deu em uma aula completamente lasciva. Sem pensar besteira, por favor. Foram só as músicas. O professor ressuscitou Cátia Flávia, Sílvia e aquela lambisgóia que só tinha dois dentes. Putz.

Um colega do trabalho soube que gosto de cachorrinhos. E todo dia ele dizia que ia levar um pra mim. Um dálmata. De verdade. E eu falava que minha mãe ia mandar o coitado direto pra casa dele de volta. Sem dó nem piedade. E ele insistia. Um dia disse que já tinha encomendado e tudo. Fiquei doida. Hoje chegou meu cachorrinho! Pronto pro Natal e tudo.

E alguém duvida que ele ficou com medo da minha mãe? hehe

Sei fazer bolo de chocolate, raiz quadrada e fazer conta de cabeça. Sei andar no meio-fio sem me desequilibrar. Sei os artigos da Constituição e do Código Civil. O velho e o novo. Sei escrever cartas. Sei dirigir, andar de bicicleta e montar quebra-cabeça bem rapidinho. Sei falar sério. Sei fazer rir também. Sei conjugar verbo, contar até dez em japonês (acho que agora só até sete) e quais as capitais da Etiópia e do Nepal. Sei reconhecer pé de manga, cajá e goiaba. Mas lidar com certos sentimentos eu ainda não aprendi.

Cismei com maracujá. Cheiro de maracujá. Já tinha essência e uns sabonetes maravilhosos. Hoje ganhei colônia de maracujá. E não é que gostei?
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Na hora do almoço corri pro shiatsu. Saí de lá me sentindo nas nuvens. Agora já estou toda escangalhada de novo. Nem sei o que dou em troca por mais meia horinha de shiatsu. Só meia horinha.
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Ando trabalhando muito. Resolvi encarar isso daqui como um desafio. E vou me chamar Lucicreide se eu não conseguir dar conta disso tudo.
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Hoje o post tinha que ser assim. Cheio de curtinhas. Andam me faltando palavras.

Talvez eu devesse forçar uma mudança. Talvez, até, passar a acreditar em análise, terapia ou coisa parecida, sei lá. Mas por enquanto eu ainda prefiro seguir assim: amiga e partindo da premissa que as pessoas de meu contato são minhas amigas também. Não tenho essa de ficar com pé atrás. Mas, meu bem, só até o momento em que começam a pisar na bola. Porque é neste exato momento que crio uma repulsa tão grande, mas tão grande, que chego a ficar enojada.

Um peso de 50 toneladas saiu de minhas costas hoje. É! Meu pai está mais saudável que muito atleta por aí. Incrível como o laudo da tal ressonância nos abateu. Foi visível a prostração, ainda que lutássemos contra isso. Mas hoje descobrimos que houve uma falha de interpretação pelo médico que fez o laudo do exame. Nele, foi sugerido que ainda havia presença do tumor. Nananinanão. O que há é uma fibrose. Como se fosse uma cicatriz deixada pela cirurgia. Simples assim. Estou tão feliz que vou ali comemorar e já volto.